kenzo-primavera-verão-2014
fashionistas, e agora… bem, agora eles deitam na cama, porque
continuam fazendo coleções com grandes sacadas que batem fundo
no coração dos clientes. O tema pra primavera-verão
2014 é água (conversa com a coleção masculina da marca):
aparecem estampas com rabiscos, imitando o movimento de um rio,
como se fossem feitos de lápis de cor. Brilho plastificado, o top
cropped com recorte de líquido escorrendo, os golfinhos e
os óculos primos dose arcuffs, que “abraçam” a orelha e acabam
numa “joia pingo d’água“, são alguns dos candidatos a hit. Mas a
aposta maior em uma temporada com ecos políticos (vide Prada)
fica pra estampa de protesto com dados sobre a pesca predatória!
Águas de Março
Tom Jobim
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol.
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira.
Caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira.
É o vento ventando, é o fim da ladeira.
É a viga, é o vão, festa da cumueira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira.
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão.
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão.
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta, é um conto.
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta, é um conto.
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada.
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã.
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã.
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã.
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração.
É a promessa de vida no teu coração.
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé.
É um espinho na mão, é um corte no pé.
São as águas de março fechando o verão,
É a promessa de vida no teu coração.
É a promessa de vida no teu coração.
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã.
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
Pau, pedra, fim, caminho.
Resto, toco, pouco, sozinho
Caco, vidro, vida, sol, noite, morte, laço, anzol.
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração.
É a promessa de vida no teu coração.