Oliver Sacks era o caçula de quatro filhos de um casal judeu do norte de Londres: Sacks Samuel, um médico (falecido em Junho de 1990), e Muriel Elsie Landau, um dos primeiros cirurgiões do sexo feminino na Inglaterra. Sacks tinha uma grande família, e entre os seus primos de primeiro grau estão o estadista israelense Abba Eban, o escritor e diretor Jonathan Lynn, e o economistaRobert Aumann.
Quando Sacks tinha seis anos de idade, ele e seu irmão Michael se refugiaram de Londres para escapar da Blitz, retirando-se para um colégio interno nas Midlands, onde permaneceu até 1943.Durante sua juventude ele era um afiado químico, como lembra em seu livro de memórias Tio Tungstênio Ele também aprendeu a partilhar o entusiasmo de seus pais pela medicina e entrou para o Colégio da Rainha (The Queen's College), na Universidade de Oxford em 1951, onde viria a receber o diploma de bacharel em fisiologia e biologia em 1954. Na mesma instituição, em 1958, ele ingressou na Oxbridge MA onde adquiriu o bacharelado de Medicina em Cirurgia. Ele realizou sua residência em Mt. Zion Hospital em São Francisco e na UCLA.
Oliver Wolf Sacks, Ordem do Império Britânico, nascido em 09 de julho de 1933 , é um anglo-americano biólogo, neurologista, escritor e, também,químico amador. É um conhecido professor de neurologia e psiquiatria na Universidade de Columbia, onde obteve o título meritório denominado "Artista Columbia". Passou muitos anos na faculdade de clínica do Colégio de Medicina Albert Einstein na Universidade de Yeshiva. Em setembro de 2012, Sacks foi nomeado professor de neurologia clínica na NYU Langone Medical Center, com o apoio da Fundação de Caridade Gatsby. Ele também ocupa o cargo de professor visitante na Universidade de Warwick,1 no Reino Unido.
Sacks é o autor de vários best-sellers,incluindo várias coleções de estudos de casos de pessoas com distúrbios neurológicos.
Em 1966 começou a trabalhar, também como neurologista, no Hospital Berth Abraham, no Bronx, em Nova Iorque. Na ocasião, conheceu um grupo de pacientes que se caracterizavam por estar décadas num estado catatônico, incapazes de fazer qualquer tipo de movimento. Constatou que esses pacientes eram os sobreviventes de uma grande epidemia da doença do sono que assolou o mundo entre 1916 e 1927. Tratou-os então com um medicamento novo, o L-dopa, que permitiu que eles regressassem a uma vida normal. Este caso inspirou-o a escrever em 1973 o livro "Awakenings", que em 1990 foi adaptado para o filme do mesmo nome (no Brasil Tempo de Despertar e em Portugal Despertares, estrelado por Robin Williams e Robert De Niro.
Após converter seu título acadêmico britânico para o reconhecimento americano (ou seja, de MBBS para MD), Sacks se mudou para Nova York, onde tem vivido e praticado neurologia desde 1965.
As datas se referem à data da publicação original.
- Enxaqueca (Migraine, 1970)
- Tempo de despertar (Awakenings, 1973)
- Com uma perna só (A leg to stand on, 1984)
- O homem que confundiu sua mulher com um chapéu (The man who mistook his wife for a hat, 1985)
- Vendo vozes: Uma viagem ao mundo dos surdos (Seeing voices: A journey into the land of the deaf, 1989)
- Um antropólogo em Marte (An Anthropologist on Mars, 1995)
- A ilha dos daltônicos (The Island of the Colorblind, 1997)
- Tio Tungstênio: Memórias de uma infância química (Uncle Tungsten: Memories of a chemical boyhood, 2001)
- Oaxaca Journal (2002)
- Alucinações Musicais (Musicophilia, 2007).
http://pt.wikipedia.org/
Pela óptica de Juliana Schober:
O inglês Oliver Sacks é um neurologista com muitos pacientes para estudar e histórias para contar. O olhar de Sacks sobre seus pacientes, nos nove livros que já publicou, torna-os extremamente interessantes revelando mistérios da mente humana. Algumas das obras, pelo potencial em dramaturgia, foram adaptadas para o cinema. O filme mais conhecido é Tempo de despertar, baseado no livro de mesmo nome,produção de 1991, tendo Robin Williams e Robert De Niro nos papéis principais. O livro conta a história de um grupo de pacientes com letargia encefálica, que retornam subitamente ao mundo após décadas de "sono". Presenciar o "renascimento" dessas pessoas permitiu a Sacks repartir a experiência daquelas vidas incomuns - que maravilharam e intrigaram o autor - com muitas outras pessoas, via literatura e cinema.
Além de um humanizado neurologista, Sacks também se revela um exímio contador de histórias. Em sua obra, a complexidade de seus casos clínicos aparece em narrativas envolventes e muito próximas do cotidiano das pessoas. Muitas vezes, os pacientes parecem ser apenas um pretexto para Sacks compartilhar com os leitores a dura fragilidade humana e os esforços empregados para a sobrevivência em meio a grandes adversidades que transformam a vida em uma realidade, muitas vezes, quase insuportável.
O caso do pintor que ficou daltônico, contado no livro Um antropólogo em Marte, é um exemplo da incrível capacidade de adaptação humana a condições adversas. Esse pintor torna-se completamente daltônico devido a um acidente de carro, deixa de viver no mundo colorido conhecido para olhar a vida nas tonalidades cinza, preta e branca. Sacks consegue transmitir as emoções causadas por essa transformação na vida de um artista que tinha na cor sua inspiração, e relata o lento processo de adaptação, nada fácil, à nova realidade.
Em A ilha dos daltônicos, o neurologista depara-se com uma situação peculiar numa ilha do Atol de Pingelap, no Pacífico. Isolados, os habitantes da ilha nasciam daltônicos e desenvolviam um tipo de vida completamente adaptado a essa condição. E, se lembrarmos de Darwin e Wallace, podemos entender ainda melhor o fascínio de Sacks pelo caso, porque a ilha foi um dos objetos do estudo que deu origem à teoria da evolução, e não dá para pensar em evolução sem pensar em adaptação, aliás, em muitas adaptações – como as dos pacientes de Sacks.
Garimpando reações e emoções na vida de seus pacientes, Sacks encontra um repertório rico para desenvolver seu viés literário. O escritor tira o avental e segue em busca de respostas mais abrangentes sobre a vida humana, incorporando à sua formação de neurologista a visão de antropólogo. Mostra que não é preciso ir longe, fazer uma grande viagem, cruzar oceanos, para descobrir um mundo sempre surpreendente, que existe dentro do "pequeno" espaço da cabeça das pessoas.
EUNICE IS BLACK PRA VOCÊ!
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